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- “A Grande Guerra e a participação dos militares do RI 19 e do Alto Tâmega no Conflito” apresentada em Valpaços
“A Grande Guerra e a participação dos militares do RI 19 e do Alto Tâmega no Conflito” apresentada em Valpaços
A manhã de dia 6 de Novembro, Feriado Municipal, foi ainda preenchida com a apresentação pública do Número 50 da Revista Aquae Flaviae “A Grande Guerra e a participação dos militares do RI 19 e do Alto Tâmega no Conflito”. A revista número 50 “ajuda a desenterrar desse mundo submerso todos os heróis do Alto Tâmega que andaram nessa guerra. Quando falo de heróis não digo aqueles que saíram de lá com medalhas ao peito, digo todos os heróis que, desde o mais humilde rural até ao mais alto ramo, sofreram nas trincheiras o que nós não imaginámos”, explicou a presidente do Grupo Cultural Aquae Flaviae, Maria Isabel Viçoso. O primeiro volume da obra, com cerca de 700 páginas, desenvolve o tema “A Grande Guerra e a participação dos Militares do RI19 e do Alto Tâmega no conflito”, da autoria de António Souza e Silva. A complementar esta estão sete cadernos com as 1400 fichas dos militares, um caderno por cada concelho do Alto Tâmega e outro pelos militares das mais variadas regiões que estavam na altura a prestar serviço no RI19. O “Caderno dos Militares do Concelho de Valpaços participantes na Grande Guerra (Frente Ocidental, Flandres)” é constituído pelos boletins individuais dos militares e tem cerca de 430 páginas. Esta obra contou com a ajuda do Comandante do RI19, Armando dos Santos Ramos, que participou neste trabalho “com muito orgulho, muito prazer e com grande satisfação”, mostrando-se muito satisfeito por estar em Valpaços, de onde é natural, a apresentar o trabalho. “Coube ao Regimento saber o nome das pessoas. A pesquisa começou pelos militares mobilizados do quartel mas percebemos que havia outros que também tinham participado e que pertenciam à região do Alto Tâmega. Numa segunda fase fomos ao Arquivo Histórico Militar, em Lisboa, desenterrar os boletins individuais de todos os militares que foram para a Flandres. Hoje temos todo o historial desta gente”, frisou o Comandante do RI19. Devido ao seu envolvimento, Armando dos Santos Ramos confessou que “foi um trabalho realizado com alguma emoção, mas sobretudo com um enorme prazer e com muito orgulho porque devemos honrar quem tão mal passou e que serviu Portugal.” Para o autor, António Souza e Silva, “não há heróis individuais na Grande Guerra, há manifestamente todo um conjunto de unidades, desde os soldados mais humildes, que cometeram atos de bravura numa guerra desumana, ímpar, e que ainda hoje estamos a sofrer as consequências(...)”. “A estrutura do meu trabalho passou a ser sobre os nossos humildes, camponeses, pastores que daqui, das fragas do Marão e de Trás-os-Montes, foram para as savanas da África, sul de Angola e norte de Moçambique, e para a Flandres francesa, para uma guerra que não estavam habituados a lidar”, sentenciou. O Presidente da Câmara Municipal de Valpaços, Amílcar Almeida, elogiou a iniciativa do Grupo Cultural Aquae Flaviae, bem como a participação do RI19. Na sua intervenção, o autarca lembrou os 250 combatentes oriundos do concelho valpacense que participaram no conflito, partindo “para terras bem distantes, que levaram consigo a juventude, algum receio e saudade, mas plenos de patriotismo e vontade de sobreviver e vencer. Criaram laços de camaradagem e amizade inquebráveis, hoje e sempre recordados, pois lado a lado combateram por Portugal em nome de uma Aliança, entregando a vida ao seu irmão e dando, também, a vida por ele”.