Capacidade de desenvolvimento do território através da Água debatida no IV Aqua Fórum do Alto Tâmega e Barroso

O Vidago Palace Hotel acolheu, uma vez mais, o Aqua Fórum do Alto Tâmega e Barroso, na passada sexta-feira, dia 2 de dezembro, evento no qual o Município de Valpaços esteve representado pelo Vereador Jorge Mata Pires.

A água como recurso agregador que une os seis municípios do Alto Tâmega e Barroso – Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar –, foi abordada nas suas mais variadas vertentes, desde a agricultura, ao turismo, passando pela energia e pelas termas. Foi também debatida a escassez da mesma, uma realidade que assola vários territórios do país, e como a sua utilização deve ser moderada, bem como a prevenção das perdas que ainda existem devido às condições precárias de algumas das infraestruturas que a transportam até às casas dos cidadãos.

Nesta quarta edição do Aqua Fórum estiveram então presentes personalidades e representantes de várias entidades que olham para os recursos hídricos e os exploram como forma de potenciar o crescimento turístico e económico da região.

A iniciativa foi composta por três painéis: “A água como elemento agregador de saúde e bem-estar”; “A importância da água no futuro estratégico do país”; e “A água como um fator primordial no desenvolvimento sustentável”.

“O bom entendimento que existe entre os seis autarcas da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso fez com que nós, em vez de andarmos sempre com a mão estendida a pedir clemência e que nos tragam qualquer coisa, apresentássemos uma solução. E naturalmente que temos de partir dos nossos produtos endógenos. O elemento mais agregador dos seis municípios é a água. Seja na sua vertente turística, gastronómica, económica, agrícola, é o elemento comum dos seis municípios”, realçou Fernando Queiroga, Presidente do AquaValor – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água.

Isabel Ferreira, Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, destacou que “nos territórios do Interior nota-se uma grande dinâmica, nomeadamente na atração de estrangeiros, mas esse saldo migratório não tem sido suficiente para equilibrar o saldo natural porque, efetivamente, nascem menos pessoas. E, portanto, nós temos de saber adaptar a nossa estratégia a esta realidade, tornar os territórios funcionais”.

Também o Vereador Jorge Mata Pires moderou o painel 2 – “A importância da água no futuro estratégico do país” e evidenciou que “para a agricultura e um mundo rural com as características edafoclimáticas e socioeconómicas que estes apresentam na região da CIMATB, a disponibilidade de água em quantidade e qualidade adequadas, assume uma importância estratégica decisiva”. E explicou: “em primeiro lugar, porque os sistemas de produção agrícola, com condições para virem a ser economicamente competitivas no futuro de forma sustentável, necessitam de dispor de água para regar as respetivas áreas cultivadas. Em segundo lugar, porque no contexto das alterações climáticas previstas para as próximas décadas, é imprescindível contar com áreas complementares de regadio que contribuam para a sua viabilidade futura. Em terceiro lugar, porque a agricultura de regadio constitui, para a generalidade dos territórios rurais, um fator determinante para o reforço e diversificação do seu tecido económico e social, condição indispensável para a tão desejada coesão económica e social”.

Jorge Mata Pires concluiu, acrescentando: “depois do que assistimos este ano, este é um tema oportuno e bem atual que merece reflexão, que merece debate. O tema água deveria ser, obrigatoriamente, um desígnio nacional”.

A 4ª edição do Aqua Fórum do Alto Tâmega e Barroso teve a organização da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso em parceria com o AquaValor – Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água.