Veiga de Lila

Esta antiga paróquia de Nossa Senhora das Neves de Veiga do Lila, no termo de Chaves, era vigairaria anexa à reitoria de S. Pedro dos Vales (actualmente S. Pedro de Veiga do Lila) e da apresentação “ad nutum” do reitor da mesma. 

Mais tarde, tornou-se independente. O lugar teria estado incluído na velha terra pré-nacional de Montenegro, passando mais tarde ao termo de Chaves, onde o Cadastro de 1527 o cita já com 34 fogos.

Erecto o Concelho de Carrazedo de Montenegro (depois do séc. XVI), esta freguesia, já instituída, foi-lhe atribuída, e nele se conservou até à sua extinção, por Decreto de 31-12-1853, transitando, nessa data, para o de Valpaços.

O povoamento do território deve ser muito anterior ao séc. XII, atenta a sua situação geográfica.

Neste monte fortificado, depois no sistema castrejo, na fortaleza mais tarde, deveria ter sido exercido culto à virgem mártir Santa Comba, Orago ainda da freguesia dos Vales, no séc. XIV, aquando da primitiva paróquia (que abrangeria várias das actuais).

A instituição paroquial deve ser, pois, posterior ao séc. XV. As Inquirições de 1258 consideravam esta freguesia, bem como a sua vizinha – S. Pedro de Veiga do Lila, como reguengas, foreiras à Coroa.

Todavia, no tempo de D. Sancho II, alguns fidalgos poderosos da região, bem como os freires hospitalários usurparam estas áreas à Coroa. Assim sendo, estas duas “villas” constituíram honras, até ao reinado de D. Dinis.

A instituição da paróquia fez-se na velha ermida medieval de Santa Maria, que ficou por orago, sendo a paróquia filial da de S. Pedro dos Vales (S. Pedro de Lila), cujo Reitor apresentava o pároco vigário. Passou, depois, à Casa de Bragança.

Diz-se que a primitiva Igreja existia no tempo dos godos. Teve uma grande irmandade, cujos estatutos foram aprovados pelo Cardeal D. Veríssimo de Lencastre, sendo Arcebispo de Braga. Este templo foi muito concorrido de peregrinações que se realizavam durante todo o ano.

Além da Igreja Matriz, esta freguesia tem uma capela onde se venera Santa Bárbara, cuja festa tem lugar no segundo Domingo de Setembro. Destaca-se, também, o solar da família Carvalhais.